As Horas Invisíveis de David Mitchell

Holly Stykes é uma adolescente igual a tantas outras. Um dia tem uma discussão com a mãe e sai de casa. O objetivo: ir viver com o namorado. O problema é que quando lá chega ele está na cama com a melhor amiga dela. 

Parece mais uma cena tirada de uma novela ou de qualquer livro mais fraco, mas este é o ponto de partida para um excelente livro. Eu sei que dito assim não parece mas a partir do momento em que Holly decide não voltar para casa e seguir outro caminho a sua vida irá mudar. 

Inicialmente o livro tem muitas coisas que não se percebe ( e que não vou explicar para não spoilar eventuais leitores) mas tudo isso começa a fazer sentido a meio do livro. E só aí se começa a entender a historia e a genialidade do David Mitchell ao cria-la. Eu não sou muito de género fantástico ou ficçao cientifica mas este conseguiu prender-me e ansiar por mais, 

O que ela deixou para trás de Ellen Marie Wiseman

 Um livro contada a duas vozes e dois tempos. Izzy, uma jovem dos nossos dias que é orfã e cujo o passado é obscuro, descobre um diário de uma mulher que nos anos 20 foi internada numa instituição mental. 

É um livro interessante q.b. com algumas reflexões sobre a forma como se lidava com as mulheres rebeldes antigamente. Não sendo uma obra prima acaba por criar uma historia cujo o desenrolar acompanhei com interesse. 

Conversas entre amigos de Sally Rooney

 Eu já tinha lido o Pessoas Normais e tinha adorado. Este foi a mesma coisa. Sally Rooney escreve muito bem. Além disso cria historias, principalmente personagens, que são credíveis. Talvez porque andem todos meio perdidos, talvez porque têm traços reais. Fico ansiosa por mais. 

Milagre de Deborah Smith

 Comprei o livro por curiosidade. Não tinha grandes expectativas. Mas foi um livro que me surpreendeu pela positiva. Claro que não é uma obra prima, mas dentro do género livros leves prendeu-me do principio ao fim e neste tipo de livros isso acontece cada vez menos. 

A Senhora dos Rios de Philippa Gregory

 Quando pensamos em história pensamos muitas vezes em reis, batalhas e momentos chave que definiram o rumo do país. Raramente pensamos nas mulheres. Felizmente e principalmente nos últimos anos temos tido muitos livros que se focam nas mulheres que estiveram ao lado dos homens importantes e muitas vezes tiverem imensa importância. É o que acontece neste livro de Philippa Gregory, cujo o foco é Jacqueta de Luxemburgo, a bisavô do rei inglês, Henrique VIII. 

SPQR de Mary Beard

 Para quem quiser entender como começou Roma e como se tornou um império este livro é um must read. 

Explicado de uma maneira simples o livro começa por explicar a fundação de Roma, metade mito, metade história e sempre de forma bastante objectiva, aqui não há ficção. 

É um livro de história mas em momento algum é maçador e é completado com diversas imagens do mundo romano e uma bibliografia para quem quiser aprofundar determinados temas.  

Orlando - Uma Biografia de Virginia Woolf

 O que dizer sobre este livro? É uma leitura que nos agarra à medida que vamos avançando. Escrito nos anos 20 do século passado continua super actual. Por estes dias fala-se muito sobre o filme da Barbie (ainda não vi) mas quem viu diz que o mesmo critica o patriarcado. Neste livro a autora também faz isso e vai até mais longe colocando a questão: o que é ser homem? o que é ser mulher? Claro que o faz através de uma fábula, pois é impossível deitar-se homem e acordar mulher. Mas tantos anos volvidos continuamos a questionar tudo o que ela questiona. Se houvesse uma verdadeira evolução estas questões já não existiriam porque a igualdade de género seria uma realidade, como ainda vamos atrasados leiam este livro e surpreendam-se com a biografia de Orlando. 

A Princesa de Cleves de Madame de Lafayette

 O que dizer deste pequeno livro? Comprei-o porque erradamente achei que falava de uma das esposas de Henrique VIII. Erro meu por nunca ter lido com mais atenção a sinopse. 

Mas o que podia ser um livro facilmente esquecido revelou-se uma agradável leitura. 

Passado na corte francesa, o livro conta uma história de amor daqueles tempos, mais concretamente 1678, com todos os ingredientes que havia na altura. O livro está ainda cheio de detalhes sobre a corte e os reis dessa altura.

Heart And Soul de Maeve Binchy

 Um livro extremamente aborrecido. No inicio fez-me lembrar o filme Love actually por acompanhar várias personagens que se cruzam mas à medida que avançou foi desiludindo. Nenhuma personagem cativava, nenhuma tinha uma história interessante ou uma personalidade. Tudo isto resultou numa leitura aborrecida e fez a leitura muito penosa....

Doidos por livros de Emily Henry

 Muitos livros leves não valem o tempo que perco com eles. Muitos deixam-me tão desiludida que juro nunca mais ler algo desse autor. Felizmente este superou e muito as expectativas. Pode não ser o próximo clássico da literatura, mas não tem muitos clichés, tem uma personagem principal interessante q.b. É um daqueles livros que se lê muito bem e ainda tem aqui e ali alguns traços de profundidade. 

A Última Carta de Amor de Jojo Moyes

Dizia Fernando Pessoa que todas as cartas de amor são ridiculas. Pessoalmente não partilho dessa opiniao. As cartas são, sim uma expressao de amor, afecto, união, desencontro. Quem não gosta de receber uma? 

E se uma carta que escrevemos vai parar às máos de uma jornalista muitos anos depois de  a escrevermos? É precisamente esse o mote para este maravilhoso livro. 

Fanny Hill de John Cleland

Nos últimos anos, talvez na última decada para ser mais precisa, temos sido inundados por livros eróticos. São livros com conteúdo fraco, alguns a roçar o fraquissimo. Pensei eu que um livro como este, clássico da literatura e que tinha vencido a barreira do tempo seria um bom exemplo do seu género, o erótico. 

Infelizmente estava enganada, o livro é apenas um sem fim de descriçoes eróticas, ou melhor e sexuais. Em nada melhor que os livros actuais, excepto pela linguagem mais rebuscada... 

Verity de Colleen Hoover

 O que posso eu dizer deste livro? Quando comecei a ler lembrei-me do Rebecca da Daphne Du Maurier. A história tem algumas parecenças diria até que foi inspirado por esse livro. 

A diferença é que o Rebecca é muito melhor. A intriga é mais densa. Aqui em muitos momentos suspeitei do que podia estar a acontecer.

Se eu achei um livro mau ou péssimo? Não. Diria que é um bom entretenimento, em certos momentos até consegue ser excelente. 

Até ao fim consegue manter a premissa da capa: onde se esconde a verdade...

A Fórmula do Amor de Helen Hoang

 Do principio ao fim não me consegiu cativar...

Vitória, a jovem Rainha de Daisy Goodwin

Confesso que estava à espera de mais. Sabia que não era uma biografia mas sim um romance. No entanto, em diversos momentos soou mais a romance cor de rosa... É um sentimento estranho já que gostei imenso da série Vitória, escrita por esta autora, e tive pena que não continuasse até ao fim do reinado desta grande Rainha. 

Meia-Noite ou o Principio do Mundo de Richard Zimler

 É o segundo livro que leio deste escritor. Se no primeiro, o Último Cabalista de Lisboa, somos transportados para Lisboa por alturas de mil e quinhentos, Aqui vamos até ao Porto nos inicios do século XIX. Novamente temos uma familia judia, que continua a sofrer o preconceito pela sua religião. 

Tal como no primeiro livro que li neste também fui arrebatada pela história. É uma história muito diferente mas que cativa desde a primeira à ultima página e que faz sempre desejar saber o que acontece a seguir. 

E claro é para continuar a ler os livros do Richard Zimler. E obrigada por nos lembrar que sempre houveram judeus e que estes sempre foram perseguidos.... 

As Luzes de Leonor de Maria Teresa Horta

 Leonor de Almeida Portugal, também conhecida pela Marquesa de Alorna foi uma figura singular e à frente do seu tempo. Logo na infância, o julgamento e morte dos avôs, os Marqueses de Távora, condenados pelo atentado ao rei D. José I, trancou-a, a ela, a mãe e à irmâ num convento.

Daí só sairia cerca de vinte anos depois. Entrou criança, mas saiu uma mulher. Uma mulher diferente, alimentada pelo que lia e pela sede de conhecimento. 

Ler este livro é conhecer o seu percurso, que foi algo insual para a época, em especial para um país como Portugal. Nunca tinha lido nada da Maria Teresa Horta, mas adorei a sua escrita, as descrições detalhadas e o detalhe que pôs no livro. Nós não somos só nós, temos também muita gente à volta, e Maria Teresa Horta não esqueceu isso ao delinear, tantas vezes, as pessoas que viveram com Leonor, como os pais, os irmãos, os filhos, o marido, os amigos e os celebrés avós...