sexta-feira, 4 de março de 2022

Guerra e Paz de Lev Tolstoi

 Quando comecei a ler este livro estava longe de imaginar que quando terminasse a Rússia ia estar em guerra com a Ucrânia. E digo isto não porque Tolstoi ser russo mas porque o livro tem como pano de fundo uma guerra na Rússia, concretamente as Invasões Francesas do inicio do sec. XIX. Para quem conhece um pouco de história sabe que Napoleão nos seus sonhos lunáticos queria conquistar a Europa. Acabou derrotado e parte dessa derrota foi culpa da Rússia, quer pela sua resistência, quer pelo seu clima agreste.

A edição que tenho da Editorial Presença está dividida em quatro livros e este último foca em especial a conquista de Moscovo por parte de Napoleão. Muita gente achava que ele não ia conseguir, mas conseguiu. Seguiu-se uma fuga de pessoas para sítios mais seguros, a cidade foi pilhada, incendiada. Ler sobre isto ou assistir às noticias na última semana não tem grandes diferenças. 

Já escrevi aqui diversas vezes que  os clássicos demonstram como o ser humano não mudou, apenas ficou mais tecnonolgico. Napoleão queria conquistar a Europa, Putin quer a Ucrânia e provavelmente mais.

Mas nem só de história vive o livro. Vivem nela excelentes personagens, como Pierre, a quem a sociedade tolera mas que passa a amar quando se torna rico, Natasha que sonha com o amor. Andrei, que sonha com a glória que a guerra lhe trará. Nisto é igual a Nikolai. Mária que vive submissa aos caprichos do pai e Sónia que vive submissa aos caprichos das suas circunstâncias. 

Para terminar gostaria apenas de acrescentar que Tolstoi era pacifista e por isso mesmo questiona a guerra e as suas motivações ao longo do livro. Algo que fazia tanto sentido em 1865, ano da publicação do livro, como agora em 2022.


 

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