quinta-feira, 31 de março de 2022
Bela de Cristina Silva
terça-feira, 22 de março de 2022
O Castelo de Vidro de Jeannette Walls
Quando pensamos na América, pensamos sempre num país rico onde as pessoas vivem em belas casas, rodeadas de um jardim onde as crianças brincam, numa rua quase exclusiva para os moradores. Este é o idílio que nos passam nos filmes, nas séries... Contudo existe outra América onde as pessoas lutam diariamente pela sobrevivência. É essa América que fez parte da infância da autora deste livro, uma América de gente pobre que luta para sobreviver, agravada pelo alcoolismo do pai e por um desinteresse da mãe.
Gostei deste livro, mas achei que muitas vezes era repetitivo. Digo isto porque a história parece estar sempre a repetir-se e embora perceba que a pobreza não desaparece como magia, muitas passagens podiam ser simplificadas ou até omitidas, deixando apenas o mais importante.
sexta-feira, 4 de março de 2022
Guerra e Paz de Lev Tolstoi
Quando comecei a ler este livro estava longe de imaginar que quando terminasse a Rússia ia estar em guerra com a Ucrânia. E digo isto não porque Tolstoi ser russo mas porque o livro tem como pano de fundo uma guerra na Rússia, concretamente as Invasões Francesas do inicio do sec. XIX. Para quem conhece um pouco de história sabe que Napoleão nos seus sonhos lunáticos queria conquistar a Europa. Acabou derrotado e parte dessa derrota foi culpa da Rússia, quer pela sua resistência, quer pelo seu clima agreste.
A edição que tenho da Editorial Presença está dividida em quatro livros e este último foca em especial a conquista de Moscovo por parte de Napoleão. Muita gente achava que ele não ia conseguir, mas conseguiu. Seguiu-se uma fuga de pessoas para sítios mais seguros, a cidade foi pilhada, incendiada. Ler sobre isto ou assistir às noticias na última semana não tem grandes diferenças.
Já escrevi aqui diversas vezes que os clássicos demonstram como o ser humano não mudou, apenas ficou mais tecnonolgico. Napoleão queria conquistar a Europa, Putin quer a Ucrânia e provavelmente mais.
Mas nem só de história vive o livro. Vivem nela excelentes personagens, como Pierre, a quem a sociedade tolera mas que passa a amar quando se torna rico, Natasha que sonha com o amor. Andrei, que sonha com a glória que a guerra lhe trará. Nisto é igual a Nikolai. Mária que vive submissa aos caprichos do pai e Sónia que vive submissa aos caprichos das suas circunstâncias.
Para terminar gostaria apenas de acrescentar que Tolstoi era pacifista e por isso mesmo questiona a guerra e as suas motivações ao longo do livro. Algo que fazia tanto sentido em 1865, ano da publicação do livro, como agora em 2022.