sábado, 27 de junho de 2015

Comemorando os seis anos do blogue: Junho de 2012 e Outlander de Diana Gabaldon

E em Junho de 2012 terminava a leitura do Outlander. Estava longe de imaginar  que três anos depois iria haver uma série de TV, vi os primeiros episódios mas não vi mais. Brevemente vou vê-la na integra. Depois é ler o segundo e terceiro volume da série e rezar para que a Casa das Letras publique o resto.

Este livro é o primeiro da série Outlander, começada em 1991, mas que apenas chegou às nossas livrarias em 2010, pelas mãos da editora Casa das Letras, uma das muitas editoras que pertence ao grupo Leya.
Uma demora incompreensível dado o sucesso e popularidade da série, mas talvez justificável pela altura em que saiu o primeiro volume. Nos últimos anos com o aparecimento de muitos de blogues de livros, aliado ao rápido acesso a títulos sem necessidade de edição portuguesa, mais facilmente uma editora percebe aquilo que os leitores andam a ler e têm interesse em ver publicado por cá. Talvez por isso finalmente esta série chegou cá.

Outlander começa em 1945, após a Segunda Guerra Mundial quando Claire e o seu marido Frank visitam a pequena localidade de Inverness na Escócia. A escolha do local não é aleatória, casados há oito anos, mas separados durante o tempo da guerra e com poucos encontros durante esse período, Claire e Frank esperam gozar na pequena localidade uma merecida segunda lua-de-mel, revivendo a primeira que também ocorrera naquele local assim como casamento. Há ainda outros motivo, Frank é um professor de História e um estudioso da sua arvore genealógica. Um antepassado seu viveu ali e Frank deseja pesquisar informações nos arquivos locais para completar aquilo que sabe sobre esse antepassado.
Um dia Claire e Frank visitam um círculo de pedras, semelhante pelas descrições a Stonehedge, onde observam, ocultos, um grupo de mulheres a praticar um culto pagão. No dia seguinte Claire regressa ao local, sozinha, para colher uma planta.
Algo acontece e Claire ao atravessar o círculo de pedras viaja no tempo. A sucessão de acontecimentos fazem-na perceber que já não está em 1945, mas sim em 1743 e começa a sua aventura.

Diana Gabaldon não poupa nos detalhes, sendo bastante minuciosa na descrição da vida na Escócia, contudo algumas cenas eram, na minha opinião desnecessárias, mas tendo em conta que este é apenas o primeiro livro da série, essa cenas façam sentido nos próximos volumes.
Gostei do livro desde o inicio, mas foi só a meio que fiquei completamente rendida ao livro, até aí estava a apreciá-lo, a achá-lo interessante, mas não estava verdadeiramente apaixonada pelas aventuras de uma mulher que viaja para um tempo completamente diferente do seu.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Comemorando seis anos de blogue: Junho de 2013 e Hannah Peel

Por vezes em séries ou filmes descubro cantores ou grupos muito interessantes é o caso de Hannah Peel. Descobria a ver a série inglesa  Dates e fiquei rendida. Tenho de rever esta série.
 
O primeiro vídeo é da música que aparece no genérico da série e a segunda é uma que descobri ao explorar o youtube.





quinta-feira, 25 de junho de 2015

A Arte Perdida de Guardar Segredos de Eva Rice

Terminei por estes dias este livro. Passado nos anos 50 e em Inglaterra é um livro fácil de ler, divertido em alguns momentos e sobretudo o retrato de uma geração que começava querer quebrar as regras. Eu adoraria ter vivido nos anos 50 e parte de ter gostado do livro também vem daí. É certo que não é um grande livro e que possivelmente daqui a uns anos não me lembro dele. Por isso mesmo e para memória futura aqui ficam algumas frases e partes do livro. Isto de fotografar o que gostamos é fantástico, acho que estou viciada.
 








 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Ser tia é....

responder a perguntas sobre a Frozen. Se não sabes a resposta inventas. Madrigal a precisar desesperadamente de um curso intensivo sobre a Frozen.


e depois do interrogatório Frozen, as despedidas:

Tia Madrigal: então vou passar à avó. Dorme bem. beijinhos para ti, para a mamã, para o papá, para a Joana, para a Sara ( são as filhas dela)

Sobrinha: a Joana teve um presente

Tia Madrigal: E o que era o presente?

Sobrinha: Não sei não vi.

( ela não gosta de falar ao telefone mas quando fala enche-me sempre o coração e inevitavelmente faz-me rir às gargalhadas)



terça-feira, 23 de junho de 2015

Comemorando seis anos de blogue: Junho de 2009 e Almeida Garrett

Junho é o mês que viu nascer o W.B. Yeats, um dos meus poetas preferidos. E eu talvez escolhesse citá-lo, mas acontece que no primeiro ano do blogue falei de Almeida Garret em Junho e o Garrett é outro dos poetas que conquistou o meu coração na escola e por isso veio primeiro que o Yeats.  Aqui fica um dos seus poemas, citados na altura no blogue.

Anjo És
Anjo és tu, que esse poder
Jamais o teve mulher,
Jamais o há-de ter em mim.
Anjo és, que me domina
Teu ser o meu ser sem fim;
Minha razão insolente
Ao teu capricho se inclina,
E minha alma forte, ardente,
Que nenhum jugo respeita,
Covardemente sujeita
Anda humilde a teu poder.
Anjo és tu, não és mulher.
Anjo és. Mas que anjo és tu?
Em tua fronte anuviada
Não vejo a c'roa nevada
Das alvas rosas do céu.
Em teu seio ardente e nu
Não vejo ondear o véu
Com que o sôfrego pudor
Vela os mistérios d'amor.
Teus olhos têm negra a cor,
Cor de noite sem estrela;
A chama é vivaz e é bela,
Mas luz não têm. - Que anjo és tu?
Em nome de quem vieste?
Paz ou guerra me trouxeste
De Jeová ou Belzebu?
Não respondes - e em teus braços
Com frenéticos abraços
Me tens apertado, estreito!...
Isto que me cai no peito
Que foi?... - Lágrima? - Escaldou-me...
Queima, abrasa, ulcera... Dou-me,
Dou-me a ti, anjo maldito,
Que este ardor que me devora
É já fogo de precito,
Fogo eterno, que em má hora
Trouxeste de lá... De donde?
Em que mistérios se esconde
Teu fatal, estranho ser!
Anjo és tu ou és mulher?

Almeida Garrett


(sempre achei o último verso uma provocação deliciosa)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Algumas notas sobre a biografia do Yeats

Conheci o Yeats há uns anos, quando uma alma generosa me ofereceu um cd. O Cd mais não era que uma compilação de vários poemas do Yeats misturados com a sua biografia. Algo que só podia ser feito lá fora, mas que cá devia ser imitado.
Esta pequena amostra despertou a minha atenção e uns tempos depois investi em livros dele e também nesta biografia que li agora. Custou-me uma bagatela na FNAC.
Desde que conheci Yeats que digo que a BBC ou algum estúdio de cinema devia de fazer um filme sobre ele. A vida dele é muito rica e daria um bom filme. Mas a industria do cinema prefere investir em bestsellers de fraca qualidade e que apelam às massas.
Para mim ler não é só ler o livro e ponto final, gosto também de conhecer o escritor. Por isso invisto algum tempo a saber quem ele era. Claro que muitas vezes não vou à além da wikipedia. Mas conhecer um escritor é um passo importante para entender melhor a sua obra.
 
Tudo isto para vos dizer que gostei muito de conhecer melhor o Yeats, embora o essencial já soubesse. Podia escrever muitas coisas sobre ele, mas vou simplesmente contar aquilo que desde que soube me chamou a atenção, falo do seu casamento
Em 1916 Yeats decidi casar, não porque se apaixona loucamente por Georgie Hyde Lees, que viria a ser sua esposa ou porque finalmente Maud Gone o aceitava, mas simplesmente porque viu no seu horoscopo que era uma boa altura para casar.
A questão é que depois de mais uma vez ter pedido a Maud em casamento e ela o ter recusado e ter também pedido a filha dela em casamento e ser recusado, Yeats pede Georgie em casamento e ela aceita.
Eles já se conheciam mas não existia um grande amor ou paixão. Na manha seguinte ao casamento e quase inevitavelmente Yeats arrepende-se. Georgie que sabia no que se meterá quando casou, disse-lhe que tinha experimentado a chamada escrita automática. Isto fascinou Yeats, que era um grande crente no oculto e pertenceu a várias ordens ligadas ao estudo do mundo espiritual e a sua obra também fala das coisas invisíveis.
Durante os anos que se seguiram Yeats e Georgie passaram muito tempo desta forma. Mais tarde depois da morte de Yeats, Georgie disse que tudo não passou de uma mentira, que está bom de ver tinha como objectivo focar a atenção do marido em si.
Muitos pensarão: todo o burro come palha a questão é saber dar-lha. E outros dirão que ele sabia a verdade. Não existem indicações disso. Além disso Yeats era um grande crente no mundo oculto e a crença seja no que for é sempre muito forte mesmo perante a verdade.
Para terminar tenho pena que com o passar dos anos, Georgie tenha sido reduzida por Yeats, ao cargo de enfermeira, governanta, secretária e tenha perdido o de companheira para as amantes que ele teve no fim da vida. Mas isso não lhe retira mérito e todos podemos aprender com ela que uma relação, um casamento pode dar certo se trabalharmos nesse sentido, encontrando um ponto comum a partir do qual o resto se constrói. Claro que tem de haver também amor, mas isso raramente é suficiente por si só.

domingo, 21 de junho de 2015

Second Chance

Eu sou de opinião que se lemos um autor e não gostamos devemos de dar uma segunda oportunidade. A experiencia de leitora diz-me que muitos autores escrevem livros dos quais gostamos menos e outros dos quais gostamos mais.
 
Tenho na minha vida três autores em que dois estão empatados e um que já perdeu o jogo. Comecemos por quem perdeu o jogo: F. Scott Fitzgerald. Eu adorei o filme o Estranho Caso de Benjamim Button. Mas depois li o livro e não achei nada de especial. Penso que o Fitzgerald não explora o tema ou os personagens como o filme. Achei o filme muito rico em detalhes e a ideia que me tinha cativado, o envelhecer ao contrário do Benjamin, no livro não me cativou. O argumentista do filme melhorou e muito o livro.
Li também o Grande Gastby e não gostei. Até entendo que retrate a sociedade americana da época, os loucos anos vinte, mas a mim não me cativou. O Gatsby até me apelou até certo ponto. Mas depois aquele amor pela Daisy fê-lo perder o seu apelo. A Daisy, valha-me deus!, personagem mais insipida e sem graça não há. Sou mulher e aprecio um livro que tenha boas personagens femininas.
Tendo em conta o que escrevi não me vejo a voltar a este autor. Só o farei, se algum dia, alguém me recomendar um livro e me dê garantias que vou gostar.
 
O primeiro caso de empate é Graham Greene. Li o Nosso Homem em Havana, li-o para a escola e não gostei. Acho mesmo que esqueci o nome do autor, pois anos mais tarde li o Fim da Aventura e adorei. Nunca esqueci aquele inicio. Por ser um empate decidi ler outro livro, como já disse aqui irei ler este livro assim que possa.
 
O outro caso de empate é Somerset Maugham. Li quando tinha vinte anos o Paixão em Florença e não gostei. Anos depois vi o filme o Véu Pintado e adorei. No ano passado, foi um dos livros que mais gostei de ler. Decidi reler o Paixão em Florença. Eventualmente hei-de ler o Fio da Navalha e o Servidão Humana.



sábado, 20 de junho de 2015

Comemorando os seis anos do blogue: Junho de 2011 e Um dia de David Nicholls

Escrever...
Bebe canecas de café e escreve pequenas observações e ideias para histórias com a sua melhor caneta de tinta permanente nas páginas brancas de dispendiosos cadernos de apontamentos. Às vezes, quando lhe está a correr mal, pergunta-se se aquilo que crê ser amor à palavra escrita é na realidade apenas um fetiche por papel. O verdadeiro escritor, o escritor nato, escrevinha as suas palavras em bocados de lixo, nas costas dos bilhetes de autocarro, na parede de uma cela. Emma fica sem saber o que fazer com algo inferior a papel de 120 gramas.
Mas noutras alturas dá consigo a escrever alegremente durante horas, como se as palavras ali estivessem estado sempre o tempo todo, contentes e sós no seu apartamento de um só quarto.
 
 
Um dos livros que mais gostei de ler nos últimos anos. Pena que o filme não tenha estado à altura, apesar de ter um bom elenco. E também lamento que vendam isto como uma comédia romântica, quando não é.

sexta-feira, 12 de junho de 2015


da biografia que estou a ler do Yeats. A minha teoria é e sempre será que ela também gostava dele mas ela via que a relação nunca ia chegar longe ou ser feliz. Uma coisa é o sentimento outra é a relação. É preciso trabalhar a relação e talvez ela não quisesse isso. Conclusão: nenhum dos dois foi verdadeiramente feliz.



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Jim Carrey e livros

Quem pensa em Jim Carrey pensa num comediante. Eu sempre o vi como o palhaço dos filmes que fez até o ter visto no Eternal Sunshine of a Spotless Mind e que se tornou, inevitavelmente, num favorito. Mas este post não é sobre o Jim Carrey ou sobre a sua carreira. Ele apenas dá o mote por causa desta noticia.
Eu gosto muito de ler. Os livros ocupam o primeiro lugar nos meus interesses, contudo seria incapaz de impor os livros que amo a alguém com quem tivesse uma relação. Nunca o fiz e não irei certamente fazê-lo no futuro. Até mesmo a amigos que gostam de ler, eu não faço isso. Raramente digo a alguém que deve ler o livro X ou Y.
Acho normal, natural que nós à força de falarmos muito de alguma coisa essa mesma coisa desperte o interesse de alguém e o mesmo acontece com livros. Eu lembro-me de falar muito com duas das minhas amigas do clube de leitura sobre os livros do Sylvain Reynard e a outra nossa amiga ter tido a curiosidade de ler. Foi o desastre completo pois ela não gostou. Eu sei porque é que ela não gostou. Se tivesse vivido o que ela viveu também não ia gostar. Ela também leu o Outlander da Diana Gabaldon, outro desastre, mas eu também sei porque é que ela não gostou.
 
Agora situação diversa é quando nós sabemos que a pessoa gosta disto ou daquilo e aí sim faz sentido dizer lê isto ou lê aquilo. Tenho dito muitas vezes à uma das minhas amigas do clube para ler o Como Agua para chocolate da Laura Esquível. Sei que ela vai gostar, porque ela adora cozinhar. De resto é um livro que recomendo a qualquer pessoa que goste de cozinha, pois o livro é uma visão do amor e da vida através da cozinha, como já li algures. A essa mesma amiga também recomendei a série Galavant. Mas só o fiz porque sabia que ela iria apreciar o humor e o facto da série ser musical. E claro ela adorou. Não seria uma série que eu recomendaria a qualquer pessoa, é demasiado su generis para agradar a todos.
Basicamente é isto que eu faço, mas nunca imponho nada, ler, ver será sempre uma opção do próprio. Se há uma coisa que o clube de leitura me ensinou é que mesmo que duas pessoas gostem de um livro isso não quer dizer que vão gostar de outro que ambos leiam. E é esta diversidade que aumenta o prazer da leitura.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

se o amor viesse assim?

E se o amor viesse assim?
De mansinho,
Sem se dar conta.


E se o amor que há em mim,
Fosse carinho
No início desta ponta?


E se o amor viesse assim...
Seguindo este caminho
No final resta uma tonta.


Mas e se o amor chega...
Vem com os seus pés de lã,
Não parece amor.
É surpresa!


Toma cabeça e coração.
Nego-o pra mim,
Muito digo não,
Mas no fundo.
No fundo, sou só sim.


(um dos poemas que andei a rever da minha amiga que falei aqui ontem)

terça-feira, 9 de junho de 2015

fazer os outros felizes custa pouco

A minha amiga E. pediu-me para rever os poemas que foi escrevendo ao longo dos anos. Ela tem intenções de publicar. Dediquei-me à tarefa e quando foi para passar o feedback, fi-lo à moda antiga. Afinal eu tinha imprimido tudo para ler e tinha feito anotações também à moda antiga.
Como ela tem vindo a atravessar um mau bocado decidi dar-lhe um miminho e juntar o postal que vêm na foto. Foi feito por mim e segundo aquilo que aprendi neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iUHBWaBr7lU

Tudo isto para vos dizer que muitas vezes é fácil fazer alguém feliz. Com algum engenho e ideias consegue-se criar algo único e que a outra pessoa não vai esquecer. E acredito que estas prendinhas feitas assim são muito mais valorizadas por quem as recebe. Ficam para sempre na memoria, muito mais que um presente caro. Eu sempre defendi que o amor, o afecto e o carinho que temos por alguém estava nos gestos e não nas palavras e está também nestas pequenas coisas.
 
 

 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Adepto

Ontem uma amiga partilhou este artigo do Observador no facebook. Estive a ler e concordo com o que é dito. Eu acho que o futebol tem uma magia especial. Talvez outros desportos também tenham, mas este desporto é o que mais move as pessoas, se falarmos claro, da Europa. Na minha vida vi dois filmes onde o futebol tem um papel bastante activo, por assim dizer. Não são filmes conhecidos, mas vê-los, especialmente o Fever Pitch percebi melhor o que era a paixão pelo futebol. O Bend It Like Beckam tem um sabor indiano que eu adoro, apesar de ser sobre uma rapariga que quer jogar futebol podia ser sobre outra coisa qualquer. Mas mesmo assim a mística do futebol não se perde. Aqui ficam os trailers dos filmes:







domingo, 7 de junho de 2015

Livros esquecidos

Por acaso, mas só por acaso nunca li José Cardoso Pires. O Lobo Antunes farta-se de falar nele em entrevistas.
Tenho para ler o Delfim, se ainda não o li foi porque não calhou. Mas o que mais me chamou a atenção neste artigo do Observador foram algumas partes que reflectem o estado da literatura no nosso pais e quiçá no mundo em geral.
 
A verdade é bem clara: o interesse por autores que já desapareceram é nulo. A maioria dos leitores actuais quer ler livros fáceis, cheios de clichés, aqueles livros que bem podiam ter na capa: este livro não faz pensar. Mas o mais curioso do fenómeno é as pessoas naturalmente desdenharem os grandes por acharem que aquilo está datado. Em alguns caso, sim está. Mas podemos nós verdadeiramente apreciar um autor contemporâneo sem ler o que está para trás? Eu acho que não. Porque a literatura é uma arte que foi evoluindo. E se não conhecermos o que fez parte da cartilha daqueles que escrevem actualmente nunca os poderemos entender verdadeiramente.
 
Eu não defendo que devemos ler todos os autores ou toda a obra. Mas acho que devemos investir algum tempo de leitura em alguns nomes que são considerados grandes. Podemos até nem gostar, mas ao menos sabemos do que falamos. E claro há sempre espaço para as tretas que se vão publicando. Afinal num dia de maior cansaço até sabe bem ler uma coisa leve e fofa.

sábado, 6 de junho de 2015

Comemorando os seis anos do blogue: Junho de 2014 e o Amante de Margarite Duras

Years after the war, after the marriages, the children, the divorces, the books, he had come to Paris with his wife. He had phoned her. He was intimidated; his voice trembled, and with the trembling it had found the accent of China again. He knew she'd begun writing books. He had also heard about the younger brother's death. He had been sad for her. And then he had no more to tell her. And then he told her - he had told her that it was as before, that he still loved her, that he would never stop loving her, that he would love her until his death.
 
 
Um dos meus livros preferidos e uma das passagens que nunca vou conseguir esquecer ainda que leia muitos livros.


sexta-feira, 5 de junho de 2015

Voluntários, os novos escravos

Estava aqui a ler este artigo e a pensar como de repente ser voluntário num qualquer evento virou uma espécie de moda.
A determinada altura dizem que os voluntários acabam muitas vezes a trabalhar nas empresas. Não deixa de ser verdade. Há muitos anos atrás fui voluntária numa instituição e quando surgiu uma vaga foi-me oferecido o lugar. Na altura recusei porque era a recibos verdes. Se fosse hoje talvez não o tivesse feito.
Mas o cerne da questão não é esse. É mais em baixo, por assim dizer. Os Rock in Rio desta vida, as feiras do Livro, os Nos Sound tem todos dinheiro para pagar as pessoas para trabalharem nestes eventos. Ser voluntário nestas coisas faz currículo? Talvez sim, e ser pago por isso também ajuda.
O que recebem estes voluntários? As senhas do comboio, do autocarro ou metro? Uma tigela de sopa à hora do almoço? Se calhar nem isso. Eu sei que muitos vão pela oportunidade de ver os concertos a custo zero, mas, meus queridos, a vossa dignidade paga isso? Se querem ir ao concerto e não tem dinheiro, poupem da semanada, mesada, saiam menos vezes à noite...
E digo-vos mais, só para terminar, há muitos anos atrás essa instituição, a tal onde eu fui voluntária, teve uma parceria com a FNAC, eles forneciam voluntários para embrulhar as prendas na altura do Natal. Consoante o numero de horas que fizesse cada voluntário recebia um cheque oferta FNAC. Algo muito justo. Num dos últimos Natais vi que iam repetir a iniciativa e perguntei se pagavam em cheques, disseram-me que não. Se a FNAC não pode recompensar quem dá o seu tempo, eu tenho coisas mais importantes para fazer com ele.
De resto, continuo a dizer que o voluntariado é uma excelente actividade, mas deve ser exercido junto de instituições que ajudam quem realmente precisa e não para malta que todos os anos vê a sua conta bancária a aumentar.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Quaresma e Cristina



uma pessoa vê isto e pensa:  e agora quem vai pagar a terapia necessária para apagar esta imagem da nossa mente??
Além de ser uma foto de péssimo gosto, aquelas tatuagens todas dão-me nojo. Eu sei que há quem goste e delire mas eu não. Gosto de tatuagens, mas tem de ser simples, bonitas e sobretudo discretas. Assim como o Quaresma tem, não obrigado. Voltando ao cerne da questão: quem paga a terapia? e a terapia para esquecer que vai haver um novo livro com o grey?? Bolas! Esta semana tem sido dose!!

P.S: e as variações da foto que correm na internet?? :D ver aqui: http://www.msn.com/pt-pt/entretenimento/tv/a-internet-fez-das-suas-com-a-capa-de-quaresma/ss-BBkD5Hm?ocid=TSHDHP#image=1  

P.S: Mas pelos vistos há quem goste da capa como se pode ver no blogue do Quaresma: http://ricardoquaresma.blogs.sapo.pt/a-revista-e-da-cristina-mas-a-capa-e-1933?page=2#comentários



quarta-feira, 3 de junho de 2015

Lip Gallagher & Egon Shiele

Ontem terminei de ver a quinta temporada de Shameless. É, sem dúvida, uma das minhas séries favoritas.
O Lip sempre foi a minha personagem favorita, embora eu tenha um carinho muito especial por todos os Gallaghers. Esta temporada o Lip teve menos destaque, mas mesmo assim a sua storyline foi boa. Lip andou às voltas com a universidade e com uma bolsa que não vai receber pois não enviou os papeis a tempo. Pelo meio conheceu uma professora que lhe disse que ele lhe lembrava Shiele, por causa da angustia e por ser parecido com o pintor.
 
Eu sou muito ignorante em termos de pintura, digamos que é uma arte que nunca me fascinou muito. Talvez porque sempre a achei um bocado parada... Mas ainda assim gosto de olhar para quadros quando os encontro por aí.
Intrigada pelos comentários da professora fui pesquisar e descobri que Shiele foi um pintor austríaco e dei por mim num site a ver os seus quadros. E o mais engraçado é que ele pintou imensas mulheres despidas. Segundo o que lá diz ele teve problemas pois a sua arte era considerada pornográfica e obscena. Estávamos no inicio do século XX em Viena não era de esperar outra coisa.
E digo que é engraçado porque o Shameless para quem vê também é uma série um bocadito transgressora, onde acontecem coisas que não lembram ao diabo. Enfim é muito fora da caixa. Eu acho que o Shiele ainda ia gostar de ver.
Para terminar deixo aqui uma foto do Lip, o tal retrato que ele viu do Shiele e ainda um dos quadros do Shiele que gostei muito. Apesar de não entender de pintura, gosto de quadros com natureza.




 
 
 


site sobre o Egon Shiele: http://www.egon-schiele.net/

terça-feira, 2 de junho de 2015

E quando tu pensas que o mundo pode voltar a sossegar eis que entra tudo em alvoroço!!

Quem me lê sabe que o Grey é um dos meus odiozinhos de estimação. Eu pensava que agora que o filme já estava a ser esquecido, que os próximos filmes só iam sair em 2017, se é que saíam. Podia estar sossegada. Eis que ontem o meu mundo foi agitado pela noticia que vinha ai um quarto livro!!! Sim, para o bem e para o mal temos um quarto livro sob o ponto de vista do Grey. O que é que este livro traz de novo?? Nada absolutamente nada, apenas uma forma de fazer render o peixe. Diz na noticia ( ler aqui) que todas as historias tem dois lados, e é verdade mas nesta um lado só chega e basta. E mais o Grey não é um personagem complexo e tal é só um grande filho da mãe. O mulherio adora-o mas honestamente se conhecessem um assim não o iam querer. E talvez o facto de gostarem tanto dele explique muita coisa. Mas pronto, eu não vou querer escrever sobre isso é um assunto que me cansou. Segue-se a chuva de gargalhadas quando começarem os comentários nas redes sociais de como aquilo é bom.
 
( e atenção eu não tenho nada contra as pessoas gostarem e conheço quem goste e não gosto menos das pessoas por causa disso, mas idolatrarem um livro mau e um homem como este está para lá dos meus limites de paciência e compreensão)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O que ando a ler

Cavalo de Fogo - Paris de Florencia Bonelli - Florencia, querida, nós temos que falar. Da próxima vez que escreveres um livro, não metas mossads, espiões, mortes ao barulho. A malta lê estes livros pelo romance e para se divertir. Sim, querida divertir, porque isto não é livro para se levar a sério. E já agora tu diz às tuas colegas que se dedicam ao género que homens ciumentos e possessivos não estão com nada. De repente vocês só criam homens que tem ciúmes até do ar que a moça respira!!


 
A Arte de Guardar Segredos de Eva Rice - Continuo a gostar de acompanhar as aventuras da Penélope, da Charlotte e do Harry. Mas mesmo que isso não tivesse acontecido só pela menção do Elvis, num dos últimos capítulos que li já teria valido a pena. Falam dele quando era ainda um desconhecido que começava a causar sensação na américa. E o mais giro é eles ouvirem o disco e dizerem que não acreditam que ele fosse branco por causa da voz. Ele tinha uma voz fantástica. E aqui fica o link para uma música dele que é puro rock: https://www.youtube.com/watch?v=gj0Rz-uP4Mk 
e para uma mais romântica: https://www.youtube.com/watch?v=u9sRJ-eOHnc 
e se gostam dele vejam este filme: https://www.youtube.com/watch?v=JS8wvnW-YGg

( acho que dá para perceber que eu gosto muito do Elvis)
 
 
 
The Iris Biography W.B. Yeats by David Ross -  Achei que devia entrar em Junho a ler a biografia de Yeats, afinal ele nasceu em Junho. Não é surpresa o que vou lendo sobre ele. Já sei muito daquilo que se passou na sua vida, afinal quando me ofereceram um cd sobre ele tinha muitos dos seus poemas e dados biográficos. Por isso demorei algum tempo a começar a ler. Este livro lê-se quase como se fosse um romance. No futuro hei-de ler um livro que fala exclusivamente dele e do seu relacionamento com Maud Gonne.