domingo, 7 de junho de 2015

Livros esquecidos

Por acaso, mas só por acaso nunca li José Cardoso Pires. O Lobo Antunes farta-se de falar nele em entrevistas.
Tenho para ler o Delfim, se ainda não o li foi porque não calhou. Mas o que mais me chamou a atenção neste artigo do Observador foram algumas partes que reflectem o estado da literatura no nosso pais e quiçá no mundo em geral.
 
A verdade é bem clara: o interesse por autores que já desapareceram é nulo. A maioria dos leitores actuais quer ler livros fáceis, cheios de clichés, aqueles livros que bem podiam ter na capa: este livro não faz pensar. Mas o mais curioso do fenómeno é as pessoas naturalmente desdenharem os grandes por acharem que aquilo está datado. Em alguns caso, sim está. Mas podemos nós verdadeiramente apreciar um autor contemporâneo sem ler o que está para trás? Eu acho que não. Porque a literatura é uma arte que foi evoluindo. E se não conhecermos o que fez parte da cartilha daqueles que escrevem actualmente nunca os poderemos entender verdadeiramente.
 
Eu não defendo que devemos ler todos os autores ou toda a obra. Mas acho que devemos investir algum tempo de leitura em alguns nomes que são considerados grandes. Podemos até nem gostar, mas ao menos sabemos do que falamos. E claro há sempre espaço para as tretas que se vão publicando. Afinal num dia de maior cansaço até sabe bem ler uma coisa leve e fofa.

Nenhum comentário: