quarta-feira, 3 de julho de 2013

dos festivais de música

chega a esta altura do ano e fim-de-semana sim, fim-de-semana sim há um festival de música. Quando na televisão fazem aqueles reportagens sobre o dito festival, aquilo está sempre apinhado de gente.
Isto é algo que desde que a crise começou me intriga. Os bilhetes são caros, ir a um festival implica custos com alimentação e transportes, o alojamento nem sempre entra na equação porque muitos eu sei que têm campismo grátis. E de certa forma a comida também não terá grande peso porque temos que comer quer seja aqui quer seja na China.
Eu entenderia melhor as multidões se não estivéssemos nós num país pequeno portanto quem vai a um festival deve de ir a todos ou vá quase todos, além disso a maioria tem salários baixos ou vive a recibos verdes ou está sem emprego.
Se eu fosse jornalista, em vez de ir para lá perguntar quem está à espera de ver fazia era uma grande reportagem sobre quem são estas pessoas, que tipo de rendimentos têm e mais importante quais os sacrifícios que fazem ou não para estar ali.

4 comentários:

Menphis disse...

Num país saturado de noticias sobre a crise, acho que não faria sentido mais uma, das milhentas, reportagens que temos direito sobre a crise. No entanto, e como assíduo frequentador de festivais acho que partes da tua analise com alguns pressupostos errados.
1º -o público tipo - é cada vez mais heterogéneo, sejam eles estudantes sejam trabalhadores dependentes ou independentes,depois também varia de festival em festival mas o que vejo é que cada vez um público diverso que em vez de sair à noite vai ao Festival naquele fim de semana. E o público tipo é diferente em cada festival.
2 º a maior parte do público, arrisco a dizer mais de 50 % é estrangeiro.
3º quanto aos sacrifícios.Ora bem, acho que cada um tem as suas prioridades, eu, por exemplo,em vez de comprar 4/5 livros por mês, em vez de ir ao cinema todas as semanas, etc, poupo o dinheiro para os bilhetes e tento ver as melhores opções para ficar num bom sitio, seja hotel,apartamento ou pousada da juventude. Por último, tento conjugar o dinheiro das minhas férias com o festival que vou ( que por acaso este ano já fui e foi perto de casa por isso as despesas diminuíram )ou seja tento fazer férias mas com o festival pelo meio.

Madrigal disse...

Menphis, eu posso estar errada mas a ideia que tenho é que nos últimos dez anos os festivais proliferaram e são mais do que as mães. Não há terra que não tenha o seu festival seja com grandes nomes internacionais seja com nomes nacionais.
Se disse que quem ia a um, ia ou quase a todos é pq muitas vezes leio nos blogues posts onde dizem que foram ao optimus alive e vão ao super bock.
Talvez soe assim mas eu não estava a criticar quem vai os festivais porque como tu dizes e bem cada um tem as suas prioridades.
os festivais parecem-me a mim inafectados pela crise que vejo em lojas fechadas na baixa, em shoppings, nas áreas de restauração do shopping mais vazias. Agora como não sou frequentadora dos festivais não tinha ideia que uma grande parte dos espectadores era estrangeira.
uma reportagem sobre quem frequenta os concertos era mais interessante do que aqueles directos: estamos aqui no optimus alive e faltam poucos minutos para começar, e perguntam à primeira pessoa que passa: então veio ver quem?
isto não tem interesse nenhum!! LOL

Menphis disse...

sim, eu compreendi que não querias criticar as pessoas. Quem gosta de música vai aos principais festivais, mas, a maior parte, as férias deles são apenas aquilo. Este ano, pela primeira vez nos últimos anos, não tivemos noites esgotadas nos principais festivais, talvez porque os nomes não são tão apelativos, e já o ano passado o Super Rock teve más assistências. Quanto à reportagem, eu até compreendo já que ali tem que se falar de música e portanto,faz-se essas perguntas,o pessoal vai ali para se divertir e não para falar da crise já que ela, a crise, está em todo o lado, mas aconselhava isso sim uma reportagem mais ampla sobre a influência na economia dos festivais

Madrigal disse...

sim, Menphis ng vai para lá pensar em coisas tristes :) mas aquelas reportagens são assim um bocado para o deprimente. Pior só mesmo as que fazem os apresentadores nos programas que andam a percorrer o pais de lés a lés aos domingos :D
a tua ideia de reportagem é bem melhor do que a minha ;)