quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Os Miseráveis de Victor Hugo

Este livro é um grande livro, não só no tamanho mas também no conteúdo. Por isso não é fácil escrever sobre ele.
O livro está dividido em vários "livros" e cada um deles toma um personagem para "protagonista" Muitos escritores esboçam maravilhosamente os seus personagens principais, mas os secundários ficam aquém. Quem nunca leu um livro e suspirou por saber mais de um secundário? Aqui isso não acontece. Talvez nenhum personagem seja secundário, talvez todos sejam protagonistas. Contudo alguns estudiosos afirmam que Jean Valjean é o protagonista.
 
Quem é Jean Valjean? Um homem simples, trabalhador, que um dia rouba um bocado de pão porque tem fome. Por este crime é condenado a trabalhos forçados. Seriam apenas cinco anos, mas as constantes fugas fazem com que ele fica lá por vinte anos.
O que se segue é uma verdadeira odisseia para salvar a alma e a eterna questão se pessoas como Jean Valjean teriam salvação. Penso eu que este era o motivo que fez Victor Hugo escrever este livro. Falar de pessoas que eram presas por pequenos crimes e passavam o resto da vida a expiar um pecado, sem possibilidades de redenção. A identidade escrita num papel amarelo fazia do condenado um proscrito, alguém que não podia trabalhar, sempre apontado pela sociedade.
 
Mas esta não é a história só de Jean Valjean, é também a história de Fantine, a mulher que se entrega por amor, fica grávida e paga caro por esse erro. A sua filha Cosette é salva por Jean Valjean e se não fosse assim seria mais uma criança perdida pelas ruas de Paris, como é Gavroche.
E claro não podemos esquecer Mário e os seus amigos que lutam por uma França melhor.
 
Victor Hugo, ao longo do livro, faz várias reflexões sobre a sociedade, convidando o leitor a pensar com ele. Confesso que por vezes achei-as chatas, por vezes achei-as pertinentes. Não deixem que isto vos assuste, se as reflexões podem ser chatas, o resto lê-se muito bem. Já conhecia a historia e quando lia dei por mim muitas vezes a pensar: mas como é que ele vai sair desta?? Não era porque não me lembrasse, era mais porque esse é o poder dos grandes livros!


 

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