segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Memória de Elefante - António Lobo Antunes

Tinha decidido não deixar 2009 acabar sem começar a ler António Lobo Antunes. Com a leitura das primeiras páginas, a minha mente sugeriu para definir a escrita de Lobo Antunes, a palavra Labirinto. Essa palavra surge-me sempre associada a uma cena do filme Orlando ( adaptação da obra de Virginia Wolf, com o mesmo nome). Na cena, em questão Orlando corre por um labirinto de jardim, não é perceptivel, os motivos dessa acção. Se corre para alcançar o seu futuro ou foge do seu passado.
Pessoalmente, quando encontro estes labirintos nos passatempos das revistas tenho por hábito começar do fim e percorrer o labirinto até ao início. Eu sei que isto soa a batota.
É impossível ler um livro do fim para o início e assim embrenhei-me no labirinto de palavras que Lobo Antunes me oferecia. À medida que avancei fiquei fascinada pela escrita, cheia de poesia, cheia de momentos em que só apetece ler mais uma vez, cheia de labirintos de palavras que temos de percorrer para entender o porquê do psiquiatra, a personagem do livro, perguntar a si próprio: aonde tinha perdido o fio. ( não é dito assim no livro, mas fica assim aqui pelo politicamente correcto).
Todos os livros contam uma estória que se vai desenrolando, aqui existe apenas uma confissão é como se o psiquitra estivesse numa consulta e nos dissese aquilo que lhe vai na alma.
Para terminar apenas duas notas, a primeira é que quem quiser ler estórias não encontrará aqui nada de apelativo, mas quem gostar de conhecer os meandros da alma é capaz de adorar.
E claro que mais livros se seguiram, agora um interregno para ler outro livro e depois volto ao Lobo Antunes, afinal o labirinto pode ser difícil de percorrer mas a recompensa é melhor que ganhar no casino.

Um comentário:

Menphis disse...

Maravilha de critica ;)