terça-feira, 7 de abril de 2015

Menina Rica, Menina Pobre de Joanna Reeves.

Talvez por ser metódica e organizada classifico os livros em várias categorias. Há os muito bons, os mais ou menos e os muito maus. Um livro não precisa de pertencer a um grande autor para me encantar. Apenas precisa de duas ou três coisas: coerência na história que escreve e não haver exageros seja de drama, twists ou em características dos personagens.
Não tinha muito interesse em ler este livro, mas ele veio parar às minhas mãos oferecido quando comprei outro. A sinopse lembrava uma qualquer novela. Dois irmas que em bebés são separadas.Uma é adoptada por uma família rica e a outra vai para um orfanato. Pode não ser uma premissa original, mas o leitor cria a sua expectativa. Quando irão as irmas se encontrar, será que a que é adoptada o sabe desde a infância? Que desafios enfrenta a menina que vai para o orfanato? Poderá vir a ser adoptada também? E porque motivos as meninas foram dadas para adopção?
 
Ora bem, este livro tem todos os clichés que possam imaginar. Comecemos por Thea, a menina rica. A mãe adoptiva morre de cancro, o pai casa com uma madrasta má que tem um filho. O rapaz não é nada boa pessoa e a determinada altura viola Thea. Como se isto não fosse cliché suficiente, existe ainda Michael, o filho da empregada. Claro que ele gosta de Thea e claro que no fim fica com ela, com algumas reviravoltas pelo meio.
A história de Romy, a menina que vai para o orfanato acaba por ser uma história á boa maneira americana from raggs to riches. Começa por fugir do orfanato, vai para Londres passa um mau bocado, arranja trabalho e mais tarde torna-se super modelo e casa com um piloto da Ferrari, herdeiro de uma família rica claro! Ainda assim a sua história consegue ser mais interessante do que a de Thea.
Como se não bastassem todos os clichés há um exagero de drama, a meu ver desnecessário. Qual a necessidade da mãe adoptiva de Thea ter vivido um amor proibido que acabou em gravidez e consequente entrega da criança para adopção? Qual a necessidade de Thea passar por determinadas situações que nada ajudam ou acrescentam à sua vida? Porque é que há sempre chantagens e inimigos prontos a atacar ao melhor estilo de uma novela?
Como todos os erros cometidos ao longo do livro não fossem suficientes a autora termina dando um tiro no pé, ao revelar que o homem que compra os bebés era o pai delas. Se era o pai porque motivo ele as compra a outro homem? Isto faz com que o primeiro capitulo não tenha qualquer sentido. Se é que a história em si e os seus desenvolvimentos fazem algum sentido.
Para terminar gostaria de acrescentar que gosto de historias com twists, revelações interessantes e acima de tudo coerência. Mas quando se pega numa ideia boa, não digo excelente, e se vai minando a historia ao longo dos seus desenvolvimentos, o resultado só pode ser o desastre e é isso que acontece neste livro.

2 comentários:

Pulha Garcia disse...

"gosto de historias com twists, revelações interessantes e acima de tudo coerência" percebo, sobretudo a parte da coerência, detesto argumentos ilógicos. Mas do que eu realmente gosto é de histórias humanas. Isso é o que me fascina mais.

Madrigal disse...

sim eu tb gosto de historias humanas. o que escrevi está um pouco direcionado ao livro em questão. com algumas modificações podia ser um livro que prende o leitor e não uma leitura que se arrasta por páginas de twists que não levam a lado nenhum; pois em vez de tornar a historia aliciante apenas nos faz temer que a seguir vá aparecer algo ainda mais estranho.