sábado, 16 de julho de 2011

Ontem num dos blogues que visito vi o link para este artigo do The Telegraph. Li-o e depois pus-me a pensar no assunto. Começo a ficar farta de andarem sempre a criticar os romances cor de rosa. Como sabem, eu leio este tipo de livros, claro que também sabem que eu leio outras coisas e sinceramente lamento quem não faz deles uma diversão como eu e sim uma leitura obrigatória. Por outras palavras estar sempre a lê-los não me parece saudável até porque eles são sempre a mesma coisa, contudo lê-los pela diversão é bastante divertido, até porque ao ler troco sempre um olhar cumplice imágnário (claro!!)  com a autora, naqueles momentos que o livro segue o guião deste género literário. Neste género há alguns autores que até me convencem e que se conseguissem ir mais além seriam bons e depois há aqueles que criam enredos que nem sequer são credíveis ou no fundo os mesmos não passam de uma desculpa para os protagonistas terem montes de sexo.
Seja como for estes livros vendem, sejam os que se vendem nos quiosques da Harlequim, sejam aqueles que estão nos escaparates das livrarias.
O que me irrita é que estão sempre a condenar quem os lê e a dizer que quem o faz cria muitas expectativas em relação ao sexo oposto, até porque os homens destes livros são bons na cama, inteligentes, bonitos, ricos e com todos os predicados que se possam imaginar. Nos dias de hoje ninguém no seu perfeito juízo acha que há homens assim, claro que queremos encontrar alguém com algumas qualidades dos personagens dos livros, mas também temos consciência que a vida real é diferente. Uma das criticas mais ferozes é que estes livros elevam padrões e há algum mal nisso? Se eu sei que posso fazer melhor porque não tentar? Se vemos outros com menos capacidades a chegar lá porque não havemos de tentar?
A minha teoria para tanto bota abaixo, é bastante simples, o universo é feminino, tanto a nível de leitores como de escritores e sendo assim há que dar umas bofetadas e criticar, porque nós mulheres coitadas criamos muitas expectativas que depois eles homens não conseguem preencher. No fundo, há este medo masculino de não conseguir e por isso quem sofre são estes livros...
Vejamos, a agora a questão por um lado diferente: os filmes do James Bond. Alguém já alguma vez leu um artigo em que se dissesse que os filmes são todos iguais? Que os homens criam expectativas erradas sobre as mulheres ao vê-los? Já que estas são sempre lindas, mesmo quando acordam de manhã, raramente estragam unhas ou maquilhagem após darem coças nos bandidos? Ou em fugas espectaculares? Eu nunca li tal coisa. Mas acho que quem viu um filme do James Bond viu todos, o gajo vai sempre salvar o mundo de um vilão, vai sempre seduzir umas quantas gajas e vai sempre sair-se bem em tudo. As gajas não lhe resistem e o vilão no fim morre. Em é que estes filmes são diferentes dos romances cor de rosa? Em nada, apenas como são dirigidos aos homens ninguém é capaz de escrever que são sempre o mesmo. Para mim a questão é clara: criticar este livros mais não é do que tentar atirar pedras às mulheres e criar esteriotipos errados, que somos todas uma grandes parvas que acreditam em tudo, até no Pai Natal.

5 comentários:

Anônimo disse...

Dá para perceber que és uma acérrima defensora desse tipo de literatura, que na minha opinião não é inferior a outros estilos literários, por mais que a crítica não perca muito tempo a promover as novas obras que saem visto que é sempre mais do mesmo.

Desconheço o estilo por completo e creio nunca ter lido nenhum romance desses embora saiba quais os seus contornos, mas acredito que a maioria deles são escritos por mulheres, daí serem tendenciosos de uma linha de pensamento e atitude em que muitas leitoras se revêm e talvez a grande excepção seja o Nicolas Sparks no masculino.

Quanto aos filmes do James Bond concordo contigo. para mim são iguais aos do Van Damme e do Steven Seagel, quem viu um já viu todos, mas acho que é algo comportamental do ser humano gostar de ver coisas semelhantes s outras que já viu só para poder comparar e analisar com causa. A maior industria cinematográfica do mundo com 30 mil titulos anuais que é a pornográfica também é sempre a mesma coisa, quem vê um praticamente já viu todos (excluindo algumas aberrações) e não é por causa disso que eles deixam de produzir esses filmes.

Apenas nao concordo que os filmes do James Bond sejam filmes só para homens visto que eles estreiam sempre no Natal e até são tidos como filmes familiares e as bond girls (há uns filmes para cá passaram a ser duas em vez de uma) nem se exibem assim tanto. Já agora qualquer sequela cinematográfica só demonstra o quanto o cinema está sem ideias e é decadente. São Star Treks, Star Wars, James Bond, Senhor dos Aneis, Bridget Jones, Harry Potter's, etc etc.

Madrigal disse...

começando pelo fim o Senhor dos aneis, não são sequelas mas sim um grande filme que se espalha ao longo de 3. O Harry Potter não sei bem até pq nunca vi nenhum e não tenho vontade de ver.

Na minha opinião os filmes do James Bond têm uma maioria de público masculino, mas isso não quer dizer que não possam agradar às mulheres. Usei como exemplo porque parece-me que agradará maioritariamente aos homens.

eu concordo qd dizes que as pessoas procuram mais do mesmo no cinema. E daí muitas vezes alguns filmes acabam a ser promovidos como algo que não são. Geralmente são filmes que não encaixam em nenhum género.
Eu penso que já é dificil encontrar algo verdadeiramente original, quer no cinema quer nos livros, já são muitos anos disto :)
Mas ainda assim vão existindo alguns que causam impacto.

Só para terminar eu não defendo este género, apenas me irrita tanta má língua contra o mesmo. Assim como me irrita que digam que a fantasia é um género menor, e eu nem sequer gosto de ler esses livros. Parece-me que existe mt snobismo a nível literário e isso nunca será bom.

De resto, eu não leio o Nicolsas Sparks demasiado lamechas para mim. E qualquer livro que me pareça ser assim, tb não leio.

Lauh disse...

Concordo com o que foi escrito no post: apesar de não ser o meu tipo de leitura favorita, acho que não faz mal nenhum e até costuma ser o melhor tipo de leitura para quem vai de férias: fácil de acompanhar, leve, minimamente interessante, sem se tornar demasiado mind-puzzling para que a pessoa desista.
Acho que o problema é a ideia que só há um tipo de literatura, mas as pessoas não se aperceberam que a literatura é algo gradual. Existem livros que são mais literatura (nomeadamente os clássicos) e outros que são menos (onde talvez se pudesse incluir os romances cor-de-rosa). Mas parece-me que qualquer obra literária deveria ser literatura, até porque me parece absurdo olhar para um adolescente de 12 anos e dizer-lhe que não lê literatura, quando está numa idade "imprópria" para o fazer.
Como uma pessoa disse uma vez: o que interessa é que leiam, o quê é indiferente.

Madrigal disse...

Laura, o teu ponto de vista coincide com o meu, não se deve, de facto dizer isso a uma miudo. Ninguém começa a ler livros complicados, deve-se começar pelos faceis e ir "subindo". Além disso um miudo de 12 anos aprecia, tal como nós, um livro que lhe diga algo. Daí ele dar valor aos livros de aventuras, fantasia... Dizer-lhe que não é literatura é desencorajá-lo.

Anônimo disse...

Nisso tens razão. Muitos homens gostariam de se rever no James Bond por tudo o que ele representa. Um aventureiro com uma profissão de sonho que usa sempre um carro topo de gama e um tipo que não se apaixona mas que consegue sempre mulheres lindissimas para se envolver. Sem dúvida.