quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Dois em Um

Como vi os filmes A Vida é Bela e O Tigre e a Neve nestes últimos dias, em vez de duas opiniões separadas faço uma só.
O cinema italiano está cheio de estórias simples, não que eu seja uma expert no mesmo, mas quase todos os filmes que vi são assim. Os americanos não conseguem contar uma estória sem que todos os personagens estejam à beira de um ataque de nervos, mas os italianos com estórias simples, eu diria até banais conseguem criar uma magia que não se encontra noutros filmes.
O Tigre e a Neve e a Vida é Bela não são excepção a esta regra. Numa primeira análise, pudemos confundir a estória, até porque o casal protagonista ser o mesmo, mas isso está errado.
A Vida é Bela leva-nos para a Itália dos tempos da segunda guerra mundial, onde Guido conhece Dora e se apaixona por ela. Por ser filme, para ter piada e como por vezes é assim na vida real, depois de alguma resistência, ela acaba por ceder e casar com ele. O filme podia acabar aqui e deixarmos com uma sensação boa no coração, um sorriso nos lábios. Mas lembrem-se que o filme tem lugar na segunda guerra mundial, na Itália. Guido é judeu e acaba por ser levado para um campo de concentração juntamente com a mulher, o tio e o filho que entretanto nasceu . Num acto de amor e o coragem pelo filho, Guido inventa que estão ali para jogar um jogo e o prémio é um tanque, a coisa mais desejada pelo miúdo.
Este filme tem claramente duas partes: uma que nos enche de lágrimas e a outra de riso.
No inicio do Tigre e a Neve pensei estar a ver o final e que me iriam contar o que estava para trás.... Desta vez Roberto Benigni veste a pele de Attilio, um professor de poesia, pai de duas adolescentes, divorciado e com uma estória de amor mal resolvida com Vittoria, interpretada por Nicoletta Braschi. Ah! Estamos em 2003 e a guerra do Iraque decorre a todo o vapor.
Vittoria parte para Baghad e acaba por sofrer um acidente, ficando entre a vida e a morte. Numa cidade devastada pela guerra, é dificil obter medicamentos; ao saber do que aconteceu a Vittoria, Attilio parte para o Iraque, onde irá fazer tudo para salvar a mulher que ama.
Não podia deixar de mencionar a multo bella música do Tom Waits que acompanha todo o filme. Quanto mais penso na sua letra e e no filme e naquilo que ele me transmitiu mas me convenço que palavra Primavera significa Amor...

4 comentários:

Menphis disse...

Ambos os filmes tem uma delicadeza, um humor subtil, uma melancolia, um humor triste, tudo isso resulta numa beleza imensa.

Adorei ambos os filmes, mas se me pedires para escolher um, talvez o meu coração se incline mais para A vida é bela, porque o amor, no verdadeiro sentido da palavra está ali, o amor pelo próximo, por uma humanidade bela, pela vida dos outros, mais até do que pela sua própria vida, etc.

Quanto ao Tom Waits, se quiseres posso-te dar conselhos numa iniciação à sua obra, os meus 19 albúns originais que tenho dele, dá-me um à vontade para falar dele. LOL ( que obsessão LOL)

Madrigal disse...

Sim, de facto na Vida é Bela tem essa mensagem. eu acho que me inclino mais para o Tigre e a Neve.:)
Diz lá por onde hei-de começar a ouvir o Tom Waits.:)

Menphis disse...

Se quiseres a parte mais jazzistica com voz limpa dele é só ouvires os primeiros álbuns . Depois parece que começou a beber muito bourbon :) ficou rouco e começou a tocar mais rock :)

Quanto a nomes de álbuns depois, mais para o final de semana, mando-te um mail com aqueles que tenho para te aconselhar os melhores álbuns dele ;)

mas já podes ir apreciando alguma coisa aqui

http://tomwaitsuper.blogspot.com/

Madrigal disse...

vou ver esse blog e fico a aguardar o teu e-mail. Obrigada.