quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Infidelidades nas adaptações de livros ao cinema

Ainda só li até à página número 81 do livro Quem quer ser Bilionário, mas já percebi que estou perante uma estória diferente da que foi apresentado no filme. Ainda que daqui para a frente encontre a mesma estória e até alguns dos personagens presentes no filme nunca será igual. O passado da personagem foi suficientemente alterado para que seja uma pessoa diferente. Em comum livro e filme têm o facto de um rapaz, sem instrução, oriundo de um bairro de lata ganhar um concurso que exige um grau cultural muito grande.
Já não é a primeira vez que ao ler um livro que foi adaptado ao cinema, encontro uma estória diferente, isso também aconteceu com o Castelo Andante. Como não sou purista, não defendo adaptações fiéis, mas faz-me uma certa impressão que as obras sejam TÃO modificadas. Claro que ao lê-las dá um certo prazer não saber o que vai acontecer, mas eu também nunca me importei com spoliers e por isso ao contrário de muitos leitores, não me inibo de ver um filme antes de ler o respectivo livro. Geralmente depois de ver um filme, e gostando dele acabo sempre por ler o livro. É uma forma de descobrir grandes livros e autores.
Eu sei que cinema e literatura usam linguagens diferentes e uma adaptação 100% fiel é impossível, até à data só encontrei dois filmes - Como Água para Chocolate e O Amante - que o conseguiram fazer, o resto no habitual corta e cose acaba sempre por faltar qualquer coisa.
Estas adaptações que não seguem o livro fazem-me uma certa confusão, não enquanto leitora/espectadora, mas enquanto alguém que já escreveu uns textos e alimentou umas ilusões a nível literário, ainda que nunca tenham passado de isso mesmo. Se eu um dia publicasse um livro e o mesmo fosse adaptado para cinema, e sofresse assim uma adaptação, acho que me sentiria plagiada... Sim, os escritores vendem as suas obras para o cinema, mas estas adaptações parecem uma espécie de plágio....

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