quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Historiadores, picuinhas is their middle name

Há uns meses quando estreou a série Wolf Hall ( adaptação do livro com o mesmo nome da autoria de Hilary Mantel sobre o Henrique VIII), li um artigo num jornal inglês em que os historiadores criticavam a escolha de uma das actrizes. Os historiadores diziam que ela era demasiado bonita para interpretar a sua personagem. Os produtores da série defendiam-se dizendo que a tinham escolhido pelo talento e não pela beleza. A bem da verdade uma actriz feia é algo tão raro como um nevão em Julho.
Este artigo lembrou-me que uma vez num programa de televisão da RTP, em que as pessoas falam sobre a programação da RTP ( o que está bem, o que está mal) falaram precisamente de séries históricas. Claro que os historiadores falavam do facto de uma série mostrar os personagens a fumar charutos numa altura em que tal ainda não acontecia.
 
Eu, que já vi muitas séries e filmes que retratam pessoas que existiram mesmo, acho parvo estas observações. Qualquer pessoa que veja um filme sobre o Henrique VIII ou outra pessoa importante da História e tenha um mínimo de inteligência sabe que está a ver um produto de ficção. Logo tudo aquilo que vê será sempre em parte adulterado a bem da ficção. Além disso muitos pontos são demasiados obscuros e os próprios historiadores tem as suas teorias sobre o que de facto aconteceu. O argumentista/escritor é, muitas vezes, obrigado a inventar.
 
De resto, os historiadores deviam relaxar mais e deixarem de ser picuinhas. Cada vez que vissem um filme ou serie histórica deviam fazer um drinking game. Sim, cada vez que vissem um erro, bebiam um golinho e no fim estariam mais alegres e felizes. Agora, não aconselho a que façam isso com a Reign é que neste caso concreto correm o risco de terminar o dia em coma alcoólico.

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