sábado, 11 de julho de 2015

Fotografar em vez de viver

No outro dia ia no metro quando reparei no cartaz do Marés Vivas. Estava a olhar e a pensar: usam sempre a mesma imagem... e nisto reparo que no canto estava lá escrito: Wi-Fi gratuito.
 
Isto deve agradar à malta que vai para os concertos e passa a vida a postar nas redes sociais o que está a ver, em vez de efectivamente curtir. Tornou-se banal as pessoas fazerem isso: agora vou postar que vou comer um gelado, para toda a gente saber que prevariquei na dieta, agora vou mostrar como estava bravo o mar nesta tarde de inverno, etc, etc.
Com a internet no telemóvel e o wi-fi por toda a parte muitas pessoas em vez de viverem aquele momento e o apreciarem como deve ser estão ocupadas a fotografar e a mostrar.
Eu já fui um pouco assim com a minha sobrinha, tirava dezenas de fotos. Mas um dia caiu-me um bocado a ficha e dei por mim a ver que em vez de brincar com ela estava mais ocupada a fotografar a brincadeira. Então deixei-me disso. Claro que ainda a fotografo. Mas agora muito menos. Quando ela for grande quero lhe contar que naquele dia que ficamos as duas em casa, nos fartamos de tentar que o relógio avançasse mais depressa, usando o poder de Frozen. Ela talvez vá achar que a tia está maluca, mas a tia vai-lhe explicar que ela gostava muito da Frozen E esse tipo de coisas nenhuma foto capta.



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