sexta-feira, 24 de julho de 2015

Men, Women & Children

Há uns anos vi uma entrevista com a Ana Maria Magalhães e a Isabel Alçada, as autoras da série Uma Aventura, uma delas dizia que nós somos tudo o que sempre fomos mais a tecnologia. Lembro-me que elas até diziam que muitos autores estavam a pegar nos seus livros e a edita-los para incluir os telemóveis.
Esta entrevista, como disse, foi há uns anos e na altura a tecnologia e o acesso à internet não era nada do que é hoje em dia.
Mas as palavras delas reflectem o argumento deste filme. Onde vemos vários personagens a deambular perdidos uns dos outros mas ligados à rede e a tecnologia. Temos vários, o casal que vive uma rotina e veem em sites de encontros uma forma de encontrarem novos parceiros para sexo. O filho do casal é já viciado em pornografia e já só consegue ter ereções vendo vídeos mais ousados. O miúdo que era a estrela de futebol da escola mas deixa de jogar porque a mãe o abandona e vai para a Califórnia e ele decide investir tempo em jogos online. A miúda, cuja mãe a controla sistematicamente online, tendo alertas para todas as mensagens dela. E com tanto controlo ela simplesmente cria uma conta ás escondidas para puder ser ela mesma. Há ainda a miúda que era gorda e se tornou magra e passa a vida em sites que motivam a não comer e sofre com anorexia. E depois temos a mãe que tira fotos à filha e coloca num website para promover a suposta carreira de actriz.
São estes os personagens num filme que convida à reflexão sem dar lições de moral e deixando no ar a velha pergunta se não estamos todos cada vez mais ligados através da rede mas fisicamente mais desligados uns dos outros.


Nenhum comentário: