quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sobre Shameless US ou como os ingleses sabem inovar

Dificilmente se encontra nos dias de hoje uma série que valha mesmo a pena ver.  Uma coisa é uma série que se vê bem numa tarde de chuva outra é aquela que o fim de cada episódio nos deixa com aquela ansiedade de ver o próximo capitulo.
Inovar parece ser cada vez menos a palavra de ordem e se bem que apareçam muitas séries a cada nova season, poucas serão aquelas que trazem algo de novo e sobrevivendo à guerra das audiências se tornam séries de culto ou que valem a pena ver.
Vê-las é muitas vezes estar a rever algo reciclado de uma outra série...
Tenho acompanhado Shamaless na RTP2 e esta é uma verdadeira lufada de ar fresco. Shameless veio do Reino Unido para a América e isso nota-se. Normalmente estas séries não sobrevivem do lado de lá do Atlântico, sendo quase sempre uma aposta perdida, mas Shameless contrariou esta tendência.
Ao vermos a série percebemos que a mesma nunca podia vir da mente de um americano. A série retrata a família Gallagher que não vive numa bonita moradia nos subúrbios de uma cidade, com móveis bonitos, jardins cuidados, pai com um bom emprego e mãe também ou mãe que fica em casa a tomar conta dos filhos. Os Gallagher são obviamente pobres, vivem numa casa humilde, os móveis não são bonitos, as roupas deles também não são de marca, a mãe pôs-se andar e o pai divide o tempo entre o bar local e o bar local.
Os filhos são seis, a mais velha assumiu o comando, trabalha e toma conta dos irmãos o melhor que pode, os dois irmãos rapazes adolescentes também ajudam como podem, um dá explicações, o outro trabalha em part-time. Há ainda 3 crianças, ao todo são seis irmãos.
Se a série fosse 100% americana já o pai, Frank tinha ido para uma clínica de reabilitação, não tinha conseguido curar-se mas os filhos estavam dispostos a perdoar-lhe e claro que eles também tentariam o amor paterno e sentir-se-iam desapontados por ver que o pai não tinha emenda. Mas como isto veio dos ingleses Frank não quer saber dos filhos ou muito menos deixar o álcool, os filhos não querem saber dele e tentam sobreviver o melhor que podem recorrendo a esquemas, por vezes hilariantes.
Por tudo isto e mais algumas coisas vale a pena ver esta série, é como eu penso sempre a fição inglesa é cem vezes melhor do que a americana, pena que a grande maioria das pessoas ainda não descobriu isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ainda estou para perceber o por que das pessoas da blogosfera postarem tanto sobre séries, ou porque é que se fala tanto nelas. Ouço muito, ja vi uns clips no youtube, mas sinceramente não é coisa para mim. Depois é series com episódios de 20 minutos, 10 episódios. Não era melhor fazer um filme longo com aquilo?
E depois é a falta de ideias, que se já afecta o cinema, nem imagino nas séries. Mas os filmes ao menos são duas horas, as series devem durar mais horas ainda...

Madrigal disse...

sempre houve séries, devem ser tão antigas como a televisão lol
mas o verdadeiro culto começou no inicio deste século com o aparecimento de dezenas de blogues que fazem reviews às ditas e o fácil donwload das mesmas.
Eu não posso falar pelos outros mas eu gosto de séries porque gosto de acompanhar o desenrolar de uma "vida", andares ali a pensar se vão ou não descobrir quem matou, a verdadeira identidade do persoangem X, etc.
Agora que as séries tb começam a precisar de um novo rumo, isso é verdade, até pq muitas vezes não conseguem inovar e deviam ter limites de temporadas, seria melhor que ver muitas séries morrer aos poucos, daí eu preferir muito mais a fição inglesa, parece-me que conseguem ser mais arrojados e ter ainda boas ideias, claro que tb têm menos episódios e isso é benefico.

Por exemplo os ingleses fazem muitas mini-series que adaptam livros e isso é bom porque assim não deixam de fora pormenores importantes já os americanos vão diretamente para filmes ou telefilmes, possivelmente é mais rentável, o conceito de mini-série não existe mt por lá.