sábado, 23 de abril de 2011

A Maldição do Faraó - As Aventuras de Adèle Blanc-Sec

Não sou muito conhecedora de cinema europeu, vi umas coisas, mas a ideia que tenho é que os europeus fazem filmes muito focados nas relações humanas, na história do país. Também não sou fã do género aventura, única excepção feita para o Indiana Jones.
Talvez por isso este filme francês focado nas aventuras de Adéle Blanc-Sec, foi uma grata surpresa. Primeiro gostei da Adèle, eu lá poderia não gostar de uma mulher cheia de genica e aventureira? : )E gostei também do humor do filme, é certo que existem alguns clichés típicos deste género, mas o filme consegue ser leve, ter piada, e ainda alguma ação. Recomendado a quem quiser passar um bom bocado.
Já agora o filme é adaptado de uma banda desenhada e dizem que é o primeiro de três. Esperarei pelos próximos.



5 comentários:

Anônimo disse...

Sou um amante incondicional do cinema europeu, que pode variar do soberbo ao aberrante, dependendo da interpretação de quem o vê.

De longe a França é o expoente máximo desse cinema, seguido da Itália e da Alemanha. O cinema inglês sempre viveu num dilema - ser parte da sua matriz de pensamento cinematográfico europeu, introspectivo, humano e filosofal, espelho da cultura europeia a todos os niveis ou ser uma cópia barata do cinema comercial americano? Ainda hoje vive assim...

Gosto da generalidade dos filmes de Truffaut, Luis Bunuel (que me fartei de ver em ciclos de cinema na escola secundária quando a maioria dos colegas queria ver Shwarzeneggers, Stallones e afins) de Bigas Luna (perverso mas assertivo), Giuseppe Tornatore (coexistial em toda a sua obra especialmente no "Cinema Paraíso" e no "1900"), David Lean (um grande contador de histórias, exemplo do épico "LAwrence of Arabia"), Hitchcock, pelas suas tramas densas sempre iluminadas pela minha querida Grace Kelly), Wim Wenders, com a sua teatralidade e documentários; algum cinema do Almodovar, que só não gosto dele a 100% por ser demasiado feminista, obviamente por ser homosexual, Lars von Trier (aconselho-te se tiveres sangue frio, o seu terrível "Anti-cristo" de 2010), Cyril Collard com as suas "noites bravas" coexistial e que termina imagina em Lisboa; Eric Rohmer e as suas "estações" (amo o conte d'hiver onde vi a melhor cena de felicidade de que tenho memória no cinema, por parte de um casal, Kielowski e as suas "cores", Tinto Brass (pelo picante e o "gore" nos seus filmes; Dino Risi, que caso eu fosse realizador continuaria a obra dele - aconselho-te "profummo di donna" americanizado num filme com o Al Pacino e Chris O Donnel, e "anima persa" com o mitico Vitorio Gassman e catherine Deneuve), e acima destes todos Roman Polanski (Palavras para quê?), para nem falar de atores tão carismáticos como Chaplin, Depardieu, Mastroiani, Deneuve (minha fétiche ainda nos dias de hoje, a mais sublime das loiras de beleza fria da era do cinema "nouvelle vague") e dos realizadores controversos como Walerian Borowczyk (um polaco transtornado pelos dilmeas religiosos e sexuais), pier paolo pasolini e o seu "feios, porcos e maus" ou "salo ou os 120 dias de Sodoma", Ingmar Bergman (sueco, coexistial para mim, depois de ver todos os seus top filmes e a forma como ele retratava as emoções e as relações humanas) Claude Chabrol com a sua parafernália mental em quase todos os filmes; Joe D Amato (o que foi mais longe, com o seu "Antropofagus" e "canibal holocaust", Catherine Breillat; a mulher mais odiada do cinema europeu desde os anos 70; que também tiveram e têm a sua importância.

Anônimo disse...

Obviamente que tambem tenho os meus odiozinhos de estimação a este cinema, exemplo do Nani Moretti, um comunista refratário que demonstra essa doença mental em todos os seus filmes, entre outros menos conhecidos que não vale a pena falar.

Nos dias mais recentes vi "Beau Pére" de 1981, sobre um amor proibido. Gostei bastante daí te sugerir :)

Creio que um dos meus problemas com o cinema atual foi ter começado a ver cinema europeu demasiado cedo e isso condicionou logo a minha definição de cinema, especialmente o americano, apesar desse tambem ter bons cérebros como David Lynch, David Cronemberg, Quentin Tarantino, Tim Burton, Sean Penn e acima deles todos, Clint Eastwood (porque é que ele é americano?)

Como vês o cinema europeu tem tantas ou mais figuras lendárias que o cinema americano, o problema é que nunca teve uma maquina de marketing por trás, dai que quando vejo pessoal a admirar certas caras e interpretação de atores contemporâneos de séries e filmes só me dá vontade de rir...

Desculpa a extensão, sei que comentários extensos são enfadonhos, paciência, mas este tema é-me coexistial :)

Madrigal disse...

Não precisas de pedir desculpa pela extensão dos teus comentários. O que eu mais gosto aqui na blogosfera é precisamente os comentários que permitem uma troca saudavel de ideias sobre o tema do post e um crescimento a nivel pessoal.
aqui há umas semanas saiu um livro de um critico de cinema que tira o filho da escola e decide que ele irá aprender a vida vendo filmes é baseado numa estória veridica, penso que será interessante leres:
http://www.wook.pt/ficha/o-clube-de-cinema/a/id/10599384

Alguns dos realizadores de que falas eu já ouvi falar, mais que não seja vi os filmes na Fnac :-)
Durante mt tempo vi quase exclusivamente cinema mais comercial, só que atingi um ponto que me cansei e comecei a procurar outras coisas. Com o advento da net isso foi mais fácil. No entanto, ainda vejo cinema comercial, embora em numero cada vez menor. O problema para fazer uma educação dessas é que a televisão há mt que virou as costas ao cinema europeu, mesmo a RTP2 raramente transmite filmes desses realizadores e falta-lhe aquilo que muito cinéfilos falam: ciclos de cinema, como o velhinho cinco noites, cinco filmes.
Por isso para ver isso tudo ou parte teria que dispender de dinheiro e espaço para dvd's. De resto posso-te dizer que os dois que vi do Hitchcock, não fiquei fã, vi o Janela Indiscreta e não gostei mesmo nada, apenas das roupas da Grace Kelly :). O outro era Intriga Internacional e desse já gostei, mas é um gostar moderado, nada que me faça ter vontade de voltar a ver ou até posso ver, mas apenas se ao mexer nos dvd's o vir e pensar: vou ver este.

Como dizes o cinema europeu não tem nehuma máquina por trás e isso será sempre algo que o fará ser um género de alguns e não de todos. Eu acho que cada vez menos começa a existir espaço para este cinema e isso nota-se com o desaparecimento de salas de cinema que até podiam abrir a dar esse cinema ao público, o problema é que ele é quase inexistente e o retorno financeiro seria escasso.

Uma das coisas que acho estranho é o facto de quase não haver cinema brasileiro por aqui, e o que há teve primeiro que ir ao resto do mundo, ser aclamado e só aí é que vem cá. Não conheço mt, mas o que conheço é bom, e certamente bem melhor que o americano e o português. agora, o porquê dessa porta fechada não consigo entender.

Quanto ao inglês, mesmo o comercial consegue ser melhor que o americano, talez porque os ingleses são melhores actores ( quase todos estudam drama, o que é diferente dos americanos que fazem teatro na escola) e os argumentistas conseguem ter algumas boas ideias ou criar personagens que ficam na memória, por isso será sempre qualquer coisa melhor que o americano.

De resto, alguns filmes qu tenho cá por casa com a proomoção certa podiam ter sido êxitos de bilheteira ou ter mais fãs~, já que nada têm de dificil ou obscuro nos seus enredos.

dizes que tens vontade de rir qd ouves a admiração dos outros por certos actores, filmes e séires, eu tb tenho esse problema.Então quando falam de livros até me apetece chorar. Uma vez disseram-me que eu só gostava de coisas antigas, mas isso não é verdade, eu gosto de ler os clássicos e tenho paixão por séries e filmes de época, mas o que eu prefiro mesmo é dar dinheiro por um livro de um autor aclamado, não necessariamente morto há duzentos anos, cujos os livros continuam a vender e não consigo dar dinheiro por aqueles que são fenomenos de vendas, com máqunas de marketing por trás e que daqui a uns anos ninguém sabe quem foram. :)

Anônimo disse...

Tens razão ai referir que é cada vez menos comum aparecerem ciclos de cinema na TV como esse saudoso "5 noites, 5 filmes" é fruto da comercialização televisiva e também a pirataria, daiq ue nao ter TV faz todo o sentido pelo menos para mim.

Outra coisa complicada é que mesmo na fnac ou em algumas feiras de dvd's como por exemplo existem aqui na expo, um dvd americano tipo Senhor dos Aneis, pode custar 4 ou 5 euros mas um filme de cinema europeu pode chegar aos 13 ou 14 euros. É o problema das distribuidoras, a Atalanta filmes envia para o mercado muito menos que a Catello Lopes ou Lusomundo.

Durante anos tive o King kard, que perimitia ir ver até 2 filmes por dia, tudo por 13 euros por mês, o que era uma dádiva. Como morava perto de muitos cinemas, especialmente o Avila e o Nimas, que só passavam cinema altenativo, muitas das minhas noites nos tempos de faculdade eram ali, daí ter conhecido todos estes nomes do cinema europeu. Infelizmente a vida mudou e deixei isso de lado. Se vou ao cinema uma vez por ano é muito, visto que agora saco os que quero e vejo deitado e de head phones, o que não é a mesma coisa mas é sempre mais confortável.

O cinema brasileiro é dos melhores do mundo, aconselho-te se ainda nao viste "Central do Brasil". Muito bom, e fora do circuito amis comercial do Tropa de Elite ou Cidade de Deus.

Quanto aos livros, deve ser a mesma coisa, só vende se o escritor for famoso, que escreva alguma coisa quer não. Fartei-me de ver a preço de saldo os livros do Tolkien, da Nora Roberts, do Dan Brown, Nicholas Sparks entre outros, para além de nao serem nada surpreendentes.

Madrigal disse...

o problema da televisão é que em vez de ser pluralista, acaba por ser apenas popular ou comercial. Ainda ontem passaram mais uma vez o Mamma Mia, uma grandesssima porcaria em termos de filme que se vê bem que foi feito para lucrar à custa do sucesso do musical que está há anos no teatro e do sucesso dos Abba. Se a televisão quisesse agradar a gregos e a troianos tb exibiria o Across the univers, feito a partir de músicas dos Beatles e muito melhor, mas como não tem atores conhecidos acabou despercebido. E este acaba por ser um pouco o problema de muitos filmes sem atores conhecidos não vale a pena exibir na TV ou falar sobre o filme.

Eu tb vou ao cinema raramente primeiro pq os filmes mais comerciais que me despertam interesse posso esperar que passem na TV e os outros demoram demasiados tempo a cá chegar e por isso, qd chegam já eu vi através da net. Além disso e segundo leio por aí em blogues e foruns, o pessoal que vai ao cinema deixou de ter respeito pelo outro e começam a usar a sala para estar na conversa ou brincadeira com os amigos, a falar ao telemóvel, etc. Eu ainda não encontrei isso, mas tb eu nos últimos anos vou sp à primeira sessão que sendo mt junto à hora do almoço acaba por nunca ter mt gente.

Quanto aos preços de dvd's eles são quase uma anedota e nunca entendi porque é qd saem um dvd de um filme menos conhecido sai a cerca de 15 euros e um de um filme mt conhecido está a 20, qual é a diferença?

Chegas tarde na tua recomendação do Central do Brasil, já vi e é um dos meus preferidos. Curiosamente não tem uma edição nacional em dvd :)