quarta-feira, 11 de maio de 2011

Um dia - David Nicholls

Sipnose:

Podemos viver toda uma vida sem nos apercebermos de que aquilo que procuramos está mesmo à nossa frente.

15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão? Vinte anos, duas pessoas, um DIA.

Tenho uma certa desconfiança em relação aos livros à volta dos quais se faz muito hype, já agora também de séries e filmes. Na grande maioria das vezes chego a passar ao lado deles, desconfio, afinal fazem um alarido como se aquilo fosse a última coca-cola do deserto e quando chego à parte de ver ou ler percebo que mais uma vez a máquina do Marketing consegue criar a ilusão de que estamos, de facto, perante a última coca-cola do deserto, quando na realidade não estamos.
 Foi a sipnose do livro que me cativou e ditou que o comprasse,  há um ano, mais coisa menos coisa. A notícia do filme, que estreará em Julho nos USA e sabe-se lá quando por cá, fez-me avançar para a leitura.
Por questões práticas divido os escritores em duas categorias, os que sabem escrever, isto é, que nos deleitam a cada palavra como se estivessemos perante um poema e aqueles que sabem contar uma estória, quem combina as duas coisas é um pequeno génio.
David Nicholls está longe de ser um génio, mas é claramente alguém que sabe contar uma estória, nota-se na sua escrita a experiência como guionista de televisão. A forma como ele nos conta a estória de Emma e Dexter, é peculiar, pensava eu antes de ler que no dia em que fazia um ano, dois, três, etc de se conhecerem Emma e Dexter se encontrariam e falariam da vida, do que acontecera no dia em que se conheceram, mas não o livro narra aquilo que lhes acontecesse nesse dia desse ano, informando de forma umas vezes mais minuciosa outras menos, o que se passou na vida deles.
O livro é uma leitura interessante, que em determinados pontos faz pensar, em alguns torna-se óbvio demais, mas as referencias a livros, a músicas que ouvimos, as personalidades de Emma e Dexter, o ouvirmos um e outro pensarem como se fossemos nós, porque já vimos aquele filme e facilmente nos identificamos, fazem deste livro, uma excelente leitura, principalmente se for um interlúdio, entre livros mais pesados.
E enquanto escrevo esta pequena review, reparo na data de hoje, 11 de Maio, um dia que há alguns anos marcou a minha vida. Acreditem não foi de planeado, apenas aconteceu. A ficção imita a vida, não é verdade? :)

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